terça-feira, 12 de outubro de 2010

Sentir e ressentir.


Ponho-me a compor e recomponho-me quando a sede é o amor. Eu sempre acreditei em tudo que veio do coração. Continuo acreditando, mas acho que andei criando barreiras das quais foram fincadas em uma terra acimentada de incertezas. Incertezas que me dão, cada vez mais, a certeza de que tudo é muito súbito, no entanto, só depende de mim deixar com que as momentos não se tornem intensos demais. Mesmo assim, momentos vão se intensificando, me falta ar nos pulmões, minhas mãos congelam, invadindo os segundos de suspiro e, a minha vontade é de que tudo pare, inclusive a idéia de que tudo acontecerá novamente, exatamente igual. Meu coração dispara sem o motivo que eu esperava e eu continuo me deparando com fatos que não sustentam aquela emoção. Me sinto incurralada pelos meus próprios sentimentos e, insistentemente interrogada pelos meus pensamentos. Creio que as palavras enguliram-me no momento em que eu estava certa em relação a alguém e cuspiram-me agora, no momento em que eu penso que nunca sei quem foi. Mas mesmo assim, ainda receosa, eu acredito que posso descobrir algo na exceção, eu me aproximando e as pessoas recuando.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Calendocalendário.

Me lembrei do dia em que havia uma proporção de duas cores...

Um dia cinza;
Gota por gota manchando uma folha de papel;
Não sabia distinguir o preto do branco;
E aquele sentimento de que na próxima, o dia seria digno de merecimento.

Me lembrei do dia em que conheci um arco-íris...

Eu pintava meus passos coloridos;
Regava-os de coragem.
Abastecia meus pensamentos de raridade.
Amadurecia minhas ações.
Renovava meu sorriso.
Criava cores para um ser.
Usava e abusava de letrinhas auto-suficientes.
Foi aí que achei um pote. E nele não constava nenhuma lamentação.

Me lembrei do dia em que as lágrimas insistiam em escorrer...

Era a vez do passado vir à tona.
As lembranças dos dias vividos se estamparam em todos os rostos.
As ações engasgadas de uma timidez sem igual.
E a vontade de que tudo acontecesse outra vez.

Me lembrei do dia em que vi aquela tenda que não excluía nenhuma cor...

Uma bailarina com seus passos delicados.
Um contorcionista se conrtorcendo de emoções.
Um palhaço com seu blá blá envolvente.
E aqueles malabaristas movendo mundos do baixo para o alto, na infinita circuferência.
Eu deixava brotar um espetáculo inteiro.

Me lembrei que eu costumava me lembrar das coisas...