quarta-feira, 8 de junho de 2011

realidade in(comum).


Eu só estava esperando o momento em que iriam me perguntar onde é que eu me esqueci, onde é que estava aquela inocência que brotava no ímpeto de um olhar e no dia seguinte, de novo e de novo, como se não fosse deixar de existir. Mas aí eu me dei conta de que eu cresci, estava esperando demais de um outro alguém. Alguém em que eu havia depositado tudo que eu estava guardando e de novo, eu havia perdido. Minhas ações pela metade vinham acompanhdas de uma inconsequência mórbida de impulsividade, era só o que eu sabia fazer, agir por impulso e nunca, nunca se arrepender. Naquele dia, acordei e perguntava-me de meia em meia hora, onde estava aquela voz rouca de pura repressão. Sentia necessidade de tudo que estava reprimido e assim, surgiu. Meus sonhos soltos de um varal impossível, meu coração enconberto de sussurros de incertezas, minhas vontades tonteadas de razão e, pra mim, só restava o silêncio. Sabia exatamente o que iria me acontecer. Voltaria o dia em que me diriam que ali não haveria espaço para mais ninguém, só havia sobrado lugar pra mim e pra minha sombra. Mas não, eu continuaria a dizer que meu objetivo não era o surto de solidão, mas sim reencontrar minhas horas de felicidade em algo totalmente novo. Estaria pronta pra dizer que o achado foi um 'além de mim', saberia dizer que tudo que fiz fez parte de mim, e de novo, o melhor pra mim. Era a hora de pensar em mim. Era um descuido e, um olhar mais profundo, eu voltava a me calar...

terça-feira, 17 de maio de 2011

brotou-me como a flor.


Perdeu-se em tudo. Perdeu-se em casa, no parentesco e no amor. Sentiu que era a hora de largar-se dos fios brutos e voltar a pensar em si. Deixou de acreditar em devaneios e particularidades alheias. Desconcertou-a com suas palavras trocou-as por uma consicência limpa. Foi quando brotou-lhe a flor...Afagou-a com suas pétalas livres de dor, reluziu e a luz trincou. Deu lugar a seu cenário novo, sua vontade havia sido tranformada em uma parede verde listrada, mas o que ela via era apenas a flor, quando brotou-lhe a flor. Já não imporatava mais a perdição...

segunda-feira, 28 de março de 2011

tortuosidades.


um deslize de vai e vem para perto do meu peito me fazia jorrar emotividades em direção aos seus ouvidos, e enquanto você me via, distanciava-se para que depois, retornasse. Eu me perguntava até que ponto aguentaria lidar com reservada situação. Me fingia de indiferente. Pensava - "Nem te espero, nem te repudio, te quero por perto, perto de mim". Era só esperança para que meus dias fossem fartos e irradiados. Mas que ficasse bem claro, você faria parte de mim. Ontem, acordei de cinza, aguada e arrebentada, hoje amanheci brilhando. Indagava-me a respeito da minha inconstância, mas no final a preferência de não querer nada concreto. Dizia que era pelo fato de encontrar alguém que eu realmente pudesse sentir e me fizesse sentir. Ainda assim, continuava jogando com minhas contradições, pisando nesse terreno melado de verdades, bajulações e quase ilusões, encarregando-me de fusões. Creio que prefiro acreditar nas ilusões diárias dos meus dias de caos e continuar na esperança de que o final será apenas o começo, um começo rodeado de novas permissões. Eu estou aprendendo bastante, mas continuo criando palavras com receio daquela sobrecarga de autopiedade. Acabo reagindo diferentemente de mim, e ainda sim, querendo ser assim. Faço dos momentos os mais importantes, e logo, empacoto-me, com a sensação de estar empalhada nas paredes dos meus próprios desejos. Com horror de estagnação, digo que deixarei meus egoísmos de lado e esperarei o momento de citações novas, de ares diferenciados para meus pulmões, mas ainda sim, caminhando com a vida, deixando-a sussurrar para mim que, em algum momento, meus gritos surtarão, criarão uma nova dimensão, dizendo-nos que, dessa vez, eu estarei pronta.

terça-feira, 1 de março de 2011

uma tribo em mim.


era o vazio incentivando minha impulsividade, minha sensação de poder ter tudo e não saber segurar nada, meu costume dos extremos me fazia querer fazer diferente, gostaria de chegar ao meio termo, mas ainda era um mistério pra mim. Me levantava nas manhãs escaldantes e não encontrava inspiração para que o dia fosse realmente vivo, me deparava com a rotina pura, me via seguindo meus próprios passos, fingia encontrar olhares conhecidos e mesmo assim, os evitava. Olhava ao redor procurando minhas respostas e as encobria de vontade, com a desculpa de que eu estaria muda, muda de mim. Minhas vontades trincavam minhas possibilidades, e eu continuava com medo de errar, me assegurava de que tudo aquilo que vinha de encontro a mim, era tardio, e as palavras doces que saltavam da minha boca omitiam minha diferença, eu era igual aos outros. Impregnada de pensamentos obscuros, continuo caminhando em direção ao desonhecido, temendo que decifrem minhas verdadeiras facetas, distorcendo-as e executando minha essência. Digo que não necessito de você, ó ser infermo pertencente ao mais fundo do meu eu, seu surgimento suja-nos de arrependimentos, mesmo que meu lugar mais lindo pertença a mim e a você também. Agora chovia, e o vazio enchia-me de ecos, continuavam como se nunca mais fosse acabar, diziam-me que a paz existiria em nossas tardes cheirosas de verão, e a chuva lavava-me de gratidão. Ouvi dizer que o outono chegaria e, com ele traria você. Gostaria que agora fosse diferente...

domingo, 13 de fevereiro de 2011

bagunça, muita.

insuportável sentimento de tortura que não me faz querer errar, vontade absurda de me reencontrar, sinto pulsando o que eu condenava, eu temia ser igual a eles, me sentia um deles. Agora eu peço luz, luz para os nossos caminhos escuros de possibilidades, procuro guarda-las todas em mim, deixo que os erros se prolonguem por menos tempo, me deixando arcar com as consequencias, cedendo acertos. Cesso os impulsos podando-os pela raiz, afasto-me de tudo e não de todos. Aconchego-me aos seus braços quentes e seguros, para que eu nunca mais erre igual. Volto para trás, sentindo saudade das mãos que me acariciavam, e lembro-me das horas descuidadas. Sinto vontade de partir, partir desse mundo que foi meu em momentos. Momentos costurados em mim com agulhas de ilusão. Agarro-me em minhas certezas ao mesmo passo que minha maturidade clama por mim, digo que a tendência é a aproximação. Me aproximo de tudo o que me faz seguir. Transformadas em pernas idependentes, saberei seguir em cima de tropeços, levantando-me e deixando minhas razões sobressaírem. Sinto a nossa diferença e não fecho minhas portas para o mundo, não desistirei de mim. Esquecer dos pensamentos mundanos? Acredito que seja um pedido de socorro.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

um brinde.

eram as pálpebras aveludadas dos seres omissos enchendo meus olhos de vida, me mostrando suas verdades como se fossem as minhas; 'Acordastes com a sensação de que não tivesses mais nada a perder, então, por fim, sua liberdade, muito mais do que sua ousadia'. Eu ouvia atentamente aquela voz que se esguelava saltando pra fora de mim. Meu peito guardava tudo o que eu era e o nada, que já havia se desfeito. Me sentava as janelas e observava a cidade reduzida a pontos de luz, tentando achar razãos para todos aqueles valores substituídos. Eu olhava para o relógio e as horas saltavam como se não houvesse sequência, eu enchergava 23:23 e fazia o meu pedido, eu estava sozinha, como a madrugada. O sono se recusava a me encontrar e eu reagia. Olhava para as folhas em branco e tremia de medo das palavras vomitadas e, mais uma vez, as substituí. Por fim, minha vontade de afetação. Minha inconstância clamava por sensibilidade e um outro alguém. Eu saia a esmo a procura de um sorriso e de um olhar poliglota. Recusava a minha sina de julgar as pessoas. Me sentava junto a mim e me desesperava querendo ver alguém passar antes que o mundo acabesse, em desamor, imundo, sem que nos descobríssemos. Penso que encontro-te em cada página folhada, nas falas desanrranjadas, nos olhares mundanos, e, por completo, quando eu parasse de procurar. Dessa vez, escolho ficar sozinha em frente a minha inocência ambígua de pura humildade, deixando com que a rotina corroa meus sentimentos puros, aumente minhas ambições, impedindo meus ressentimentos de voarem alto. Deixo minhas vontades sobressaírem e algo novo nos separar, para que mais tarde eu saiba dizer-te:'Me despertastes para a vida'. Continuo vivendo em meio ao caos, sabendo encontrar minhas horas de paz. Pisoteio a aspiral colorida por inteira e no final, encontro meu caminho para casa. Brindo aos embriagados de luz e poesia e aos bichos sonhadores de minhas entranhas. Encontro-a às gargalhadas e sinto uma vontade igual. Agora, brindo a nós, medonhos sonhadores. Perdida no tempo, nada mais amanhecia. Me via enjaulada novamente, e pedia para que a noite lavasse minha obscuridade diária. Agora, eu me deito, deixo minhas emoções crescerem, como meus labirintos, cedendo lugar para os omissos, os que entendem da vida.

domingo, 23 de janeiro de 2011

reticências.

Um sorriso pra quem já chorou, enlaço de essencias, pra quem nunca soube o que é solidão. Das coisas mais intrigantes, eu guardo sempre o que me inquieta, compartilho meus sonhos em uma catarse colorida, enfilero minhas vontades em direção ao mundo e me jogo na multidão apreendendo muito mais do que meus olhos podem ver. Procuro luz em tudo o que é possibilidade e o que acho é apenas um fragmento de mim que insiste em não querer amadurecer, insiste na estagnação do presente fétido de sentimentos obscuros, cansados de ser despertados no súbito desmanchar de um sorriso, ou nas mentiraas verdadeiras de alguém que aprende a viver de tudo. Concretizo minha base naqueles que acham que sabem quem eu sou, naqueles que encontram clareza nas minhas ações hiperativas, nas minhas verdades mal feitas esborrachadas em um pedaço de papel e...Penso no vazio interno e o encho de mudanças refletidas do espaço reservado para a mudança da vida. Quando me diziam, e me ditavam aquelas sensações, por mim, nunca mencionadas, eu quis sentir exatamente igual, e agora, eu sei que meu eu, complexado por mínimas limitações tornou-se meu eu vivo, onde meu silêncio aprendeu a dizer muito mais do que minhas palavras presas. Da minha fé, não digo o que esperam ouvir, digo que sei no que acredito e, cegamente, confio nas convicções de alguém maior. É das minhas verdades em relação a Ele que prefiro guardar, mesmo querendo gritar e me esvair quando me chega algo aos ouvidos - Superficialidade mundana. E em um dia quase vivido, cheio das expectativas reservadas para cada um de nós, penso e insisto no vai e vem do meu ser, principalmente no que está guardado.

"Tua Caminhada"

tua caminhada ainda não terminou....
a realidade te acolhe
dizendo que pela frente
o horizonte da vida necessita
de tuas palavras
e do teu silêncio.

se amanhã sentires saudades,
lembra-te da fantasia e
sonha com tua próxima vitória.
vitória que todas as armas do mundo
jamais conseguirão obter,
porque é uma vitória que surge da paz
e não do ressentimento.

é certo que irás encontrar situações
tempestuosas novamente,
mas haverá de ver sempre
o lado bom da chuva que cai
e não a faceta do raio que destrói.

tu és jovem.
atender a quem te chama é belo,
lutar por quem te rejeita
é quase chegar a perfeição.
a juventude precisa de sonhos
e se nutrir de lembranças,
assim como o leito dos rios
precisa da água que rola
e o coração necessita de afeto.

não faças do amanhã
o sinônimo de nunca,
nem o ontem te seja o mesmo
que nunca mais.
teus passos ficaram.
olhes para trás...
mas vá em frente
pois há muitos que precisam
que chegues para poderem seguir-te.

Charles Chaplin