terça-feira, 28 de agosto de 2012

E foi neste dia que o brilho de uma certa estrela caiu bem em cima de mim. Ela não sabia, mas era ela quem acalantava meus olhos sombrios. Chegou como cadente, despertando uma sensação passageira, mas continuava deixando o que mais importava. Permaneceu como guia, iluminando e carregando tudo o que eu tinha de mais pesado, minhas cicatrizes e meu amor...

terça-feira, 22 de maio de 2012

Eram tempos de mudanças passadas, aquela necessidade de gritar pra fora vivia de forma plena e vinha a tona no momento em que ela se notava. Agia como se parte dela estivesse fora, e a outra, só Deus sabia. Achava que aquilo que havia sido arrancado dela de forma tão bruta, estava zanzando por aí, mas não...não, algo lhe dizia que estava pertinho, pertinho, como se nunca soubesse que pudessem ser dois. Podia sorrir, se sentia feliz, mas aquela subjetividade fragilizada vinha e a esmagava de forma com que a esperança viesse lá no fundo, como aquela luz no final do túnel, dizendo que o que estaria por vir era o que ela realmente esperava. Ah o amor, ela havia descoberto que podia podia amar, e como podia. De uma forma bem clara, ela havia se dado conta de que não havia liberdade de apegos, tudo o que ela queria, a pegou e desabou sobre sua cabeça. Achou que esmagaria sua consciência chegando a pensar que nunca mais havia de voltar a si. Mas brilhou...brilhou como aquela estrela que habitava o lugar mais longe, aquela que seria batizada com o nome de quem mais se ama. Descobriu uma forma linda de desejo para se satisfazer, emoções vívidas para a mover, e o sonho que ela tanto queria viver. Já não sabia mais o que um vazio no peito seria capaz de fazer, sua fartura interna esboçava sua felicidade desejada e, ninguém, nem mesmo ela, sabia lidar muito bem com aquilo. Sentimentos ambíguos tomavam conta de seu ser, uma vontade de amar, abraçar e depois, esperançosa por mais amor e carinho, só obtinha saudade. Saudade e nostalgia caminhavam na mesma direção, e ela mostrava uma vontade de voltar a se encontrar, querendo estar pertinho, pertinho como se tivesse descoberto que sim, haviam dois. Dois mundos, dois corpos e milhares de sentimentos desprovidos de identidade. "E todos os dias ficarei tão alegre que incomodarei os outros." — Clarice Lispector.