quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

eram eles, os degraus...


eram as noites suntuosas que me faziam descer a escada da alforria para que eu me sentisse livre de tudo, inclusive de mim mesma. Descia para o chão nunca pisado, onde minhas mãos pudessem tocar e sentir a simplicidade de cada homem, e que no meu caminhar, meus pés descalços soubessem que viria escuridão, mas logo adiante a luz que eu sempre soube brilhar. Era importante demais estar em contanto com a garra de querer vencer todos os dias. Me via cheia de sonhos e expectativas e com uma vontade insaciável de tentar por mim mesma. Almejava uma saída, mas que quando eu voltasse, tudo estaria do mesmo modo, do jeito que eu deixei, sem que ninguém fizesse por mim. Não deixaria mais com que meu passado virasse poeira, com o que eu houvesse formado fosse perdido por momentos de prazer. Diria que aquelas ações não traçadas, agora me causam desconforto, impregnam minha carne e fazem meu coração jorrar indelicadezas, e assim, quase sinto minha alma calejar de conformismo, mas ainda não, percebo que há muito mais. Não me vejo obrigada a nadar no mar de lamentações, apenas continuo querendo as escadas que me fazem acordar de um sono mal dormido. Sinto que a missão de olhar para dentro e expulsar a dor do meu corpo e da minha mente ainda faz parte de mim e de todos os outros, indo e vindo no dançar de um pisca. Continuo descendo e ouvindo as deixas daquilo que já me perteceu, caindo sobre os degraus, e ainda me sinto viva e cheia de fé. Me questiono se são as futilidades de um quase ser, mas não, deleito-me das minhas verdades precavidas e concluo que é apenas maturidade. Sigo os passos dos meus, tropeço nas incertezas dos seus e guiam-me em direção aos nossos. Ainda é noite, e o que me resta são degraus infinitos para descer.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010


os dias continuavam a serem feitos e a minha preocupação já era outra. Questionamentos envolvidos de uma quase resposta já não era mais válida, não estava mais a procura de onde me esconder, quando havia contato, o medo me via e logo em seguida, se desfazia. Eu conseguia encontrar motivos em tudo que lia, comecei a achar que o otimismo havia me reencontrado. Mas hoje, quando acordei, senti vontade de destreza, aperto, conforto, deixei o dia seguir e minhas ações delinearem meus tropeços e a minha reerguida consumista. Agora, antes de dormir, me sinto amarrada as minhas próprias vontades, cheia de vácuos, de respostas sem perguntas. Convenço-me de que a luz falsa do meu quarto não me faz querer seguir, apenas mergulhar ao fundo infinito do meu ser, deixando com que as palavras me traduzam os limites pelos seres, imensamente, desenhados. Descubro que as letras ali criadas para olhos fartos de luta e dor, só alimentam minhas vontades mimadas de sempre querer mais, que seja para me esconder do medo que, momentanemente, desaparecia, ou para ousar sempre que me pedissem mais do que eu podia mostrar. Ser eu sempre que eu quisesse ser, sem me custar meus gestos ocultos, poder mostrar meu sorriso inocente sem perigar uma cobraça tardia, ver o que sempre quis ver, sem ter que me calar ou ouvir o que pudesse me decepcionar. Não tenho dúvida do meu otimismo diário, apenas insisto em trombar com meus questionamentos estagnados, com minhas perguntas respondidas e minha insistência repugnante. Vivo infectada pela insistência, mesmo depois de provar do gosto amargo da frustração e desilusão, mas também, da superação. Amanhã, saberei descrever minha alegria, meus apegos, minhas vontades e até minhas infelicidades. Um dia vivido é um dia inundado de contradições, onde somos obrigados a sentir o coração pulsar dor e ao mesmo tempo sorrir.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

De um jeito encantado, de ponta a ponta, a verdade erguida em um pedaço de pano branco. Os retalhos que, ainda não pertence a ele, unindo-se com o objetivo de tecer paz. Um momento em que apenas almejamos paz, paz de espírito, de coração e, ainda mais, nas ações que nos pega no momento em que estamos para errar. Sinto que, mesmo acertando, daqui há um tempo, será tarde demais. Agarro-me em minhas expectativas e luto por aquilo que acho justo, nem que por isso, eu acabe sendo tachada de louca.

'Se eu fosse acreditar mesmo em tudo o que penso, ficaria louco.'
Mario Quintana.