sexta-feira, 17 de dezembro de 2010


os dias continuavam a serem feitos e a minha preocupação já era outra. Questionamentos envolvidos de uma quase resposta já não era mais válida, não estava mais a procura de onde me esconder, quando havia contato, o medo me via e logo em seguida, se desfazia. Eu conseguia encontrar motivos em tudo que lia, comecei a achar que o otimismo havia me reencontrado. Mas hoje, quando acordei, senti vontade de destreza, aperto, conforto, deixei o dia seguir e minhas ações delinearem meus tropeços e a minha reerguida consumista. Agora, antes de dormir, me sinto amarrada as minhas próprias vontades, cheia de vácuos, de respostas sem perguntas. Convenço-me de que a luz falsa do meu quarto não me faz querer seguir, apenas mergulhar ao fundo infinito do meu ser, deixando com que as palavras me traduzam os limites pelos seres, imensamente, desenhados. Descubro que as letras ali criadas para olhos fartos de luta e dor, só alimentam minhas vontades mimadas de sempre querer mais, que seja para me esconder do medo que, momentanemente, desaparecia, ou para ousar sempre que me pedissem mais do que eu podia mostrar. Ser eu sempre que eu quisesse ser, sem me custar meus gestos ocultos, poder mostrar meu sorriso inocente sem perigar uma cobraça tardia, ver o que sempre quis ver, sem ter que me calar ou ouvir o que pudesse me decepcionar. Não tenho dúvida do meu otimismo diário, apenas insisto em trombar com meus questionamentos estagnados, com minhas perguntas respondidas e minha insistência repugnante. Vivo infectada pela insistência, mesmo depois de provar do gosto amargo da frustração e desilusão, mas também, da superação. Amanhã, saberei descrever minha alegria, meus apegos, minhas vontades e até minhas infelicidades. Um dia vivido é um dia inundado de contradições, onde somos obrigados a sentir o coração pulsar dor e ao mesmo tempo sorrir.

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