quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
um brinde.
eram as pálpebras aveludadas dos seres omissos enchendo meus olhos de vida, me mostrando suas verdades como se fossem as minhas; 'Acordastes com a sensação de que não tivesses mais nada a perder, então, por fim, sua liberdade, muito mais do que sua ousadia'. Eu ouvia atentamente aquela voz que se esguelava saltando pra fora de mim. Meu peito guardava tudo o que eu era e o nada, que já havia se desfeito. Me sentava as janelas e observava a cidade reduzida a pontos de luz, tentando achar razãos para todos aqueles valores substituídos. Eu olhava para o relógio e as horas saltavam como se não houvesse sequência, eu enchergava 23:23 e fazia o meu pedido, eu estava sozinha, como a madrugada. O sono se recusava a me encontrar e eu reagia. Olhava para as folhas em branco e tremia de medo das palavras vomitadas e, mais uma vez, as substituí. Por fim, minha vontade de afetação. Minha inconstância clamava por sensibilidade e um outro alguém. Eu saia a esmo a procura de um sorriso e de um olhar poliglota. Recusava a minha sina de julgar as pessoas. Me sentava junto a mim e me desesperava querendo ver alguém passar antes que o mundo acabesse, em desamor, imundo, sem que nos descobríssemos. Penso que encontro-te em cada página folhada, nas falas desanrranjadas, nos olhares mundanos, e, por completo, quando eu parasse de procurar. Dessa vez, escolho ficar sozinha em frente a minha inocência ambígua de pura humildade, deixando com que a rotina corroa meus sentimentos puros, aumente minhas ambições, impedindo meus ressentimentos de voarem alto. Deixo minhas vontades sobressaírem e algo novo nos separar, para que mais tarde eu saiba dizer-te:'Me despertastes para a vida'. Continuo vivendo em meio ao caos, sabendo encontrar minhas horas de paz. Pisoteio a aspiral colorida por inteira e no final, encontro meu caminho para casa. Brindo aos embriagados de luz e poesia e aos bichos sonhadores de minhas entranhas. Encontro-a às gargalhadas e sinto uma vontade igual. Agora, brindo a nós, medonhos sonhadores. Perdida no tempo, nada mais amanhecia. Me via enjaulada novamente, e pedia para que a noite lavasse minha obscuridade diária. Agora, eu me deito, deixo minhas emoções crescerem, como meus labirintos, cedendo lugar para os omissos, os que entendem da vida.
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UHHMM LEGAL
ResponderExcluirvocê usa a palavra no seu mais ritmado
expressões que ficaram muito legal
é uma mistura de uns personagens com sentimentos
GOSTEI *..*
é incrível como você descreve toda uma paisagem interna, lindo o seu texto, de verdade.
ResponderExcluir:*
Obrigada Li!! Seus textos sao demaaais... vou passar sempre por aqui. Beijo!
ResponderExcluirSem comentários... Inspirador!
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