segunda-feira, 30 de agosto de 2010

No fundo, me lembra alguém. E você também...


Suave as gotas límpidas da chuva de outono, aveludada a mão ingênua da criança, cristalizado o sorriso cômico do palhaço e embasbacada a menina que achava que já havia vivido de tudo. Os dias continuavam muito mais momentâneos do que rotineiros, sua voz, mais radical, do que conservadora e, sua cabeça, muito mais quente do que fogueira de São João. Levantou-se naquela manhã, completando 19 primaveras e, ainda assim não era o suficiente. Sentia que seus dias seriam eternamente floridos, uma primavera de cores. Estações que iam e viam ao longo do dia, mas que nunca, uma flor deixaria de florir. O orvalho pingava sussurrando silêncio e ela gargalhava proprondo algazarra. Havia desistido de tudo balanceado, em sua imaginação, era tudo exacerbado. Continuava recitando palavras como ninguém, algumas ela cantava, outras ela soletrava e a maioria ela juntava. Aqueles montinhos escritos formariam o que ela chamava de tipagem eufórica. Ela havia emitido-criado mais um. Achava que, acidentalmente, suas lágrimas poderiam encher um mar de lamentações, mas o que realmente queria, eram boas recordações.
Ela dizia que sua janela só mostrava pluralidade insana e, de tudo aquilo, ela iriar desfrutar da singularidade mundana, usurfruindo dos resquícios bondosos que ainda haviam restado. Não conseguia mais andar entre muletas, limitação lembrava muito suas vidas caretas. Só seguia em diante, quando seus dias amanhececem claros, como aquela manhã de primavera. Se escuros, acenderia sua imaginação, de tão brincalhona que era. Amanhã, ainda seria florido e o dia claro, continuaria corrido. Assim, mais um dia louco e feliz e, mais um rima tempestuosa e aprendiz. Aquela rima em você, e você, naquela rima. Era tudo arritimia, continuaria.

E até aquele dia ele brincou de rimar, depois disso, tudo foi de arrepiar, ela simplesmente aprendeu a voar!

4 comentários:

  1. Gostei muito desse texto, me indentiquei e refleti muito em algumas partes! hauhauah

    "...Achava que, acidentalmente, suas lágrimas poderiam encher um mar de lamentações, mas o que realmente queria, eram boas recordações."

    ;)

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  2. E até aquele dia ele brincou de rimar, depois disso, tudo foi de arrepiar, ela simplesmente aprendeu a voar!


    mais textos! mais textos! (:
    kkkk
    beijo.

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  3. Me identifiquei muito com seu texto também, me encantei e me emocionei com a forma linda que escreves.

    Te sigo.

    Grande Beijo.

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  4. Lizandra,

    Com tempo curto, faz tempo que aqui não pouso, mas quando venho é só alegria e boniteza de teus escritos,

    Beijos, querida

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