quarta-feira, 24 de março de 2010

Desordem crescente


Saudades de tudo aquilo que particularmente me acrescenta. Uma falta tremenda daquilo que nunca me pertenceu. Estaria completa do que me circunda, mas o mais sempre me agradou. Circunda-me e acrescento-te. Espere o dia em que não haja mais contradições, se ele não chegar, irás conhecer a infinidade que possuímos. Sempre, o amansamento do prozear, aceitar e impossivelmente revidar, mas agora a brutalidade da quase imposição. Sentia que minha inocência me escapava pelos dedos. Nada mais começava do fim. Meus registros deixavam de ser muletas.

Continuava escrevendo. Rotina para minhas mãos, fartura para meus olhos e mais ainda, inquietação para meu coração. Meu caleidoscópio de idéias. O verde me oferecia liberdade, o amarelo, infinitamente, a luz e o vermelho, meu prazer interrompido. E na fusão, fez-se a música. Nada mais me pertencia, eu só sabia ouvir. As palavras? Eu já não as possuía mais.

Nesse fragmento, a RAIVA, sempre momentânea, mas continuamente incômoda. Na realidade, a chamavam de ciúmes, mas no mundo onde prevalecia a calma, seria sempre a parte mais linda do todo, o equilíbrio. Apesar das gotas na face escorregadia, eu desejo, com toda a minha essência, a paz. E aquela, que seja eternamente passageira.

Que tudo continue subentendido e fragmentado, testando fins e encontrando meios. Para mim, seu toque eterno. Para você, meu mais sincero jargão. Para nós, o infinito estritamente particular.

Hoje, foi bom falhar. Amanhã, melhor ainda, sonhar. Renovações é o que eu espero. E o sorriso, eternamente pregado em mim. Assim, mais uma vez, o silêncio do meu grito.

Antes de dizerem que eu elouqueci, palavras de acalanto brotaram. Agora mais do que nunca, a mudez. E ninguém sabe até quando, imensa estagnação.

Repetindo-se, o silêncio do choro.

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