quinta-feira, 4 de março de 2010

Modificando sons.


Gritar, nós gritávamos. Do jeito que pulsou, gotas vermelhas escorreram, a paz precisava reinar. Quando se fez, todos se aproximaram e as gotas voltavam a escorrer límpidas. A tristeza não estava ausente, mas compartilhava de algo raro. 'Seus olhos te denunciam' diziam, mas nada podia ser feito, nós só sabíamos ser sinceros. Sentíamos toques recíprocos, o coração pulsava para nós e para você, você então confirmava, nunca fomos um. Nós, com nossas mãos estendidas e você com toda sua beleza convidativa, seguíamos e insistíamos, longe do barulho, tudo era silêncio. Ela não era o presente, a realidade apenas estava assim, estávamos nos adaptando ao ser, e tempo, era tudo que necessitávamos. Não diga que somos previsíveis, somos vários e somos únicos, cada qual ao seu valor: a partir de tais pressupostos insistimos, o silêncio. Liberdade do externo preferíamos, cabia mais, para nós, sempre o mais difícil, cada vez mais o interno. Nós pedíamos o desvendamento, nunca a aceitação, éramos o que nos ensinaram ser e, adiante, o que nos dava prazer. Sentimentos avassaladores de um doce coração que só queria vencer, venceríamos, como era de costume. Assim, seguíamos a linha vital, ações, depois de muita reflexão. Você constantemente em nossa jornada, e mais uma vez, não seria diferente. O grau de complexidade emergiu e pela primeira vez, não fugiu, era a nossa vez de abstrair, palavras cambaleantes saltaram e mais uma vez fundimos razão e emoção. Tudo brilhava, nossos olhos sorriam. Enfim, agora nós já sabíamos, bastava gritar.

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