sábado, 6 de março de 2010

Saudade, o vício que não demora.


Nada mais complexo, foi a vez do para si, dizia e contradizia o eu, e sempre vencia. Aprendia a lidar com sua liberdade, permitiu a idéia de poder seguir o que almejava. Para o futuro e sem rumo ela seguia. Naquela noite, ela cultivava algo dele, e ele retribuía de uma forma maior, era uma troca imediata de energias, e para testemunhar, a imensidão do mar e a circuferência lunar, eles permaneciam. Nada ao redor existia, o momento era só o presente, quando eles menos esperassem, iria ser presente novamente. Sob a infinidade do manto negro, ele a tocava, e ela , se permitindo, acariciava seus cabelos, a troca de olhares era algo involuntário e, o sorriso quase se fundia. Era contínuo, um zigue zague de nariz, e sem que imaginassem mas desejassem, surgia-se o toque de lábios. Depois de unirem palavras, fez-se o silêncio, a areia em sintonia com o mar explodia. Disparava o coração, uma desordem emocional. Um abraço para enlaces de boas energias ascendia e, a ambiguidade carnal desenvolveu o singular, eram almas que se equilibravam sobre um único perispírito. Agora, não apenas se completavam, ainda mais se acrescentavam. Nada que estragasse o momento poderia ser feito, o sorriso estava pregado em suas bocas. Conseguiam ser iguais e diferentes simultaneamente, por isso, ainda, a presença da contradição indispensável, eram rápidas ações, mas não menos intensas. Guardaram, sem ter por que, uma explicação. Tudo isso prevalecia para entoar o jargão da essência-una, te amo, amor. Continuava. Flashes de realidade apareciam, ela só queria saber de nós. Adormeceu. Nascia o senhor luz. Sempre quando amanhecia a saudade surgia. 'Acorde, ó amor!', ela rezava, era tarde, as quatro paredes a rodeavam novamente. Do sentimento mais sincero que nascesse ela sempre guardaria para si, o melhor, tudo e a saudade.

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